"Marília morreu. Arruma uma foto com ela e posta já. Vai bombar." "Você viu o Paulo Gustavo? Gentee. Acha aquele vídeo com ele, dispara em todas as redes." "Não temos foto com ela? Tudo bem, vai no genérico, uma homenagem, RIP, tipo isso." "Alguém morre e a gente viraliza."
Eles sintetizam cruamente nossa estreita missão: nascer, reproduzir, morrer. Receber a vida, unir-se com alguém para transmiti-la, sair da vida. E partilhamos essas experiências, densas, com os outros humanos.
Dessa forma, nos contam escavações de ruínas antigas, elas se tornam eventos sociais. Às vezes mais discretos, às vezes mais apoteóticos, dependendo do dinheiro e da carência que cada um carrega.