Não é que as pesquisas não funcionam. A questão é bem mais complexa que isso. Pesquisa de opinião é volátil e representa um quadro estático, uma fotografia no tempo.
A questão é que no quadro de polarização extrema que temos hoje, somado à rapidez da circulação de informação, é possível que a pesquisa tenha um impacto muito maior na decisão de voto do eleitor.
Assim, sai a pesquisa indicando que o candidato A tem 40% e o B tem 30%. Parece bastante seguro que A irá para o segundo turno. No quadro de polarização e alta rejeição, eu, que não quero B, decido votar em C para tirar B do segundo turno.
Como eu, outras pessoas fazem o mesmo, comentam, falam com suas redes... Acaba que C tira A do segundo turno. Ou faz uma votação expressiva, o que as pesquisas não mostravam.
É um exemplo aleatório, mas é um sistema complexo, e meu chute é que tem um ponto importantíssimo de volatilidade da decisão de voto que é fruto da polarização e da rejeição.
Enfim, pesquisa não é previsão de futuro. É dado. E para entender o que acontece, só com mais investimento em... pesquisa em ciências sociais e humanas, algo que o Brasil não faz, não fez e provavelmente não fará no quadro político atual.
@gabrielishida
@b3ablanco
Talvez. Não tenho ideia se há uma grande diferença populacional. Mas não acredito que influenciariam a esse ponto. O que poderia acontecer é a amostra ser menor do que deveria, aumenta a margem de erro.
@raquelrecuero
@pferreirajr
O atlas que tem um método on-line eletrônico foi quem mais se aproximou, eles não tem interação direta entre pesquisador e sujeito da pesquisa. Ha um voto escondido considerável na ultra direita. Fora isso são 4 anos de discurso anti pesquisa, o que faz com que não respondam
@raquelrecuero
A retórica de um espectro político que demoniza as pesquisas, pode levar a rejeição em responde-las. Essa ideia tem sido levantada nos EUA e aqui parece se configurar da mesma forma. Infelizmente, acredito que não há método para visualizar esse voto.
@raquelrecuero
@pferreirajr
Há uma clara subestimação do voto bolsonarista, que já vinha ocorrendo desde 2018 e nas municipais de 2020. Não é problema de marco amostral, hj se usa a PNAD, que é uma base confiável. O problema é que os institutos que fazem entrevista não captam o bolsonarismo